A freguesia de Ereira é historicamente anterior ao nascimento da nacionalidade.

Dos romanos guarda as memórias de terras planas repletas de cereais, onde as vinhas decoravam as colinas e da presença árabe herdou as oliveiras e plantas de regadio bem próximas aos cursos de água. Terá sido neste território que no século XIV, Nuno Álvares Pereira encontrou guarida antes do combate decorrido em Aljubarrota.

Pertenceu à Ordem do Hospital, depois à Ordem de Malta, administrada pela Comenda de Pontével e ao termo de Santarém até à criação do concelho do Cartaxo no século XIX. Neste território desenvolveram-se diversos equipamentos de pequena indústria desde os lagares de azeite, caldeiras de destilação de aguardentes, fornos de cal e moinhos de vento, determinantes para a subsistência de centenas de famílias.

Em 1921, reconhecido o desenvolvimento do Lugar da Lapa organizou-se um referendo popular que determinou a criação da freguesia da Lapa, desanexando este território da freguesia de Ereira.

Nas atividades económicas salienta-se não só a cultura vitivinícola, mas também a atividade dominante que deu um grande contributo para o bom nome divulgado do “Vinho do Cartaxo” e ainda outras atividades no domínio da agricultura, criando infraestruturas para prestação de serviços sociais de apoio aos jovens e aos mais idosos como a criação de um Centro Social Paroquial, a implementação do abastecimento de água ao domicílio, distribuição de energia elétrica ou o saneamento básico.

Não se encontrando enquadrada na portaria que classifica os territórios de baixa densidade, é um território com uma densidade populacional diminuta, marcadamente rural e com características identitárias, patrimoniais e históricas vincadas, ainda que com localização privilegiada no domínio das acessibilidades e equipamentos de apoio às diversas faixas etárias que estimulam e atraem famílias. 

O topónimo Lapa fica a dever-se a uma gruta existente no território da freguesia, com centenas de anos, popularmente conhecida como “Boca da Lapa”.

A freguesia, originalmente parte da freguesia de Ereira, foi criada em 8 de abril 1921 após anos de forte desejo de independência da sua população. Historicamente, as duas freguesias apresentam fortes rivalidades que motivam diferendos entre a população de cada uma das povoações.

A sede da Junta de Freguesia da Lapa funcionou desde a sua fundação em edifício público datado de 1879, até à mudança para um novo edifício em 1983, onde ainda hoje permanecem serviços da autarquia. A memória da chegada de edifícios escolares à freguesia é centenária, tendo sido construída a sua primeira escola um ano após a implantação da República. Destruída por um incêndio, a escola da freguesia data de 1952, onde hoje funciona o Jardim de Infância da Lapa, equipamento de educação pré-escolar com capacidade para 25 crianças. Os fontanários são também uma marca identitária forte da povoação, com o mais antigo destes equipamentos datado de 1900. Junto à “Boca da Lapa” encontra-se um dos dois lavadouros da freguesia, datado de 1904 e um marco relevante pela forte corrente de água. Pela área geográfica onde se encontra o território é ainda marcado pelos moinhos de vento, que ainda que muito degradados, marcam a paisagem da Lapa há mais de 200 anos. Do ponto de vista religioso a freguesia é ainda sede de duas capelas e um cemitério construído apenas após a constituição da freguesia, em 1923. Até essa data a sepultura dos fregueses era realizada no cemitério localizado na Ereira, o que sempre motivou forte contestação e aversão, chegando a improvisar-se sepulturas junto a uma das capelas referenciadas.

Não se encontrando enquadrada na portaria que classifica os territórios de baixa densidade, é um território com uma densidade populacional diminuta, marcadamente rural e com características identitárias e históricas vincadas, ainda que com localização privilegiada no domínio das acessibilidades e equipamentos de apoio às diversas faixas etárias que estimulam e atraem famílias.